Apesar da
queda dos juros primários, tais restrições não são pequenas, nem de fácil
solução.
Para entender melhor, vejamos:
1.
Gráfico
do crescimento real do PIB de 1990 a 2012 mostra grande volatilidade e que nos encontramos em ramo
notoriamente descendente do ciclo econômico;
2.
Infraestrutura
econômica deteriorada e incompleta está muito além das possibilidades de poupar
e investir a curto e médio prazo do estado brasileiro. Essa percepção inibe o
investidor privado, que aguarda a posta em marcha das parcerias
público-privadas, enfim, a privatização;
3.
Poupança
pública negativa (gasto corrente superior à receita) limita quase
absolutamente o investimento do governo;
4.
Poupança
doméstica bruta próxima a 16% do PIB não é suficiente para garantir o
crescimento econômico sustentável acima da média observada de 3,2%aa de 1994
até 2012;
5.
Poupança
externa está limitada ao nível do déficit em transações correntes (inferior a 3,5%
do PIB). Logo, a maior parte do capital externo que ingressa no país tem que
ser esterilizado na forma de reservas internacionais;
6.
O
governo já percebeu que emitir títulos do Tesouro e alocá-los para desembolso
através do BNDES é artifício que ignora a restrição orçamentária macroeconômica
do país, contribuindo para aumentar a inflação e os desequilíbrios da economia;
7.
Cabe
lembrar que o nível de inadimplência sobre os empréstimos das pessoas físicas é
muito superior ao das pessoas jurídicas, praticamente o dobro;
8.
Ademais,
devemos apontar que isto é nada surpreendente, pois a participação do crédito
no PIB passou de 30% para 50% em uma década, aumentando sobremaneira a exposição
da população às oscilações do ciclo econômico;
Tudo isto posto, fica mais fácil entender como a combinação de
falta de regras e de uma estratégia mais clara, de recursos e de uma economia
mundial ainda fraca, tem contribuído para o aumento da aversão a risco do
investidor privado no Brasil.
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