segunda-feira, 5 de novembro de 2012

LIMITAÇÕES MACROECONÔMICAS AO INVESTIMENTO NO BRASIL





Apesar da queda dos juros primários, tais restrições não são pequenas, nem de fácil solução. 


Para entender melhor, vejamos: 



1.              Gráfico do crescimento real do PIB de 1990 a 2012 mostra  grande volatilidade e que nos encontramos em ramo notoriamente descendente do ciclo econômico;

  
2.              Infraestrutura econômica deteriorada e incompleta está muito além das possibilidades de poupar e investir a curto e médio prazo do estado brasileiro. Essa percepção inibe o investidor privado, que aguarda a posta em marcha das parcerias público-privadas, enfim, a privatização;

3.              Poupança pública negativa (gasto corrente superior à receita) limita quase absolutamente o investimento do governo;

4.              Poupança doméstica bruta próxima a 16% do PIB não é suficiente para garantir o crescimento econômico sustentável acima da média observada de 3,2%aa de 1994 até 2012;

5.              Poupança externa está limitada ao nível do déficit em transações correntes (inferior a 3,5% do PIB). Logo, a maior parte do capital externo que ingressa no país tem que ser esterilizado na forma de reservas internacionais;
  
6.              O governo já percebeu que emitir títulos do Tesouro e alocá-los para desembolso através do BNDES é artifício que ignora a restrição orçamentária macroeconômica do país, contribuindo para aumentar a inflação e os desequilíbrios da economia;

7.              Cabe lembrar que o nível de inadimplência sobre os empréstimos das pessoas físicas é muito superior ao das pessoas jurídicas, praticamente o dobro;

8.              Ademais, devemos apontar que isto é nada surpreendente, pois a participação do crédito no PIB passou de 30% para 50% em uma década, aumentando sobremaneira a exposição da população às oscilações do ciclo econômico;



Tudo isto posto, fica mais fácil entender como a combinação de falta de regras e de uma estratégia mais clara, de recursos e de uma economia mundial ainda fraca, tem contribuído para o aumento da aversão a risco do investidor privado no Brasil.

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Macroeconomista, Consultor e Professor da Fundação Getúlio Vargas - FGV e da FK Partners. Autor do livro Saia do Vermelho - Editora Qualitymark

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