A partir da edição da medida provisória em julho de 2009, formalizando o instituto do MEI - microempreendedor individual, a trajetória da taxa de desemprego da economia medida pelo IBGE através da PME tem apresentado um comportamento bem fora dos padrões usuais.
Embora os
dados de crescimento da economia brasileira nos últimos dez anos indiquem uma
taxa média em torno dos 3,5% aa, aí incluído o máximo de 7,5% registrado em
2010, não podemos deixar de apontar o paradoxo que ocorre neste mesmo ano de
2012 onde a expectativa de fraco crescimento do PIB esperado em torno dos 1,5%,
ocorre ao mesmo tempo em que é divulgada a menor taxa de desemprego da história
para o mês de agosto de 2012 pelo IBGE-PME mostrou-se ligeiramente acima dos
5,0%.
As
estatísticas oficiais mostram que em 2011 foram emitidos mais de 1.800.000
novos CNPJ, engrossando o número dos trabalhadores ocupados no segmento por
conta própria. Como o número de CNPJ a ser emitido em 2012 deve superar esse
número registrado nos anos anteriores, é fácil perceber o impacto do MEI sobre
a taxa de desemprego.
É impossível
imaginar que a pesquisa do IBGE-PME vá considerar como desocupados todos
aqueles que passaram a ter um CNPJ e recolher ao INSS. Essa informação pode ser
obtida no Portal do Microempreendedor na Internet, que tem patrocínio oficial e
é totalmente confiável.
As recentes
informações que chegam sobre o crescimento da participação da mão de obra
ocupada no setor de serviços é notável. As estatísticas do PNAD harmonizado
denunciam isso claramente.
Os dados mais
recentes revelam uma escassez no setor de comércio, que vem acompanhada de
elevação do salário médio, confirmando a escassez de mão de obra que ocorre
hoje, principalmente pela formalização intensa da mão de obra a partir do MEI.
Enfim, a
conclusão é que os trabalhadores estão em plena corrida em direção ao seu CNPJ,
pois isto representa uma redução do risco de ficar sem renda.
A
concorrência pela mão de obra agora tem mais empresários do que antes.
Um tiro
certeiro esse.
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