sábado, 26 de maio de 2012

O COMERCIANTE CHINÊS: Vencendo por Estratégia.



Os analistas econômicos contemporâneos, em geral, costumam mostrar grande indefinição quando se colocam diante da questão de explicar o sucesso chinês em matéria comercial e econômica.

Enquanto alguns acham que é uma grande burrice manter grande estoque de reservas internacionais aplicadas nos EUA e em dólar, outros, pelo contrário afirmam ser esta uma importante parte da estratégia chinesa. Segundo estes últimos, a conquista do mercado norte-americano é peça central da dinâmica de crescimento e modernização da economia chinesa.

A seguir listamos os principais fatores da estratégia daquele grande país asiático:

1)    A presença crescente do capital norte-americano na China, além de fortalecer o nível de atividade e de emprego naquele país, representa a exposição a uma atualização tecnológica permanente em face da alta taxa de renovação científica e técnica oriunda da economia mais produtiva do planeta;

2)    Os capitais norte-americanos que vão produzir na China, como era de se esperar, mantém seus pontos comerciais nos EUA em pleno vigor. Com isto, o objetivo de se manter nos mercados norte-americanos, buscado pela China, é alcançado mais facilmente através da produção made in China, com livre trânsito nos EUA, um golpe de mestre, sem dúvida;

3)     Com as reservas internacionais chinesas, canalizam preferencialmente as vultosas poupanças chinesas e as aplicam nos EUA, na forma de títulos do Tesouro e depósitos no sistema bancário, o circulante nos EUA é especialmente sensível ao financiamento chinês. Ademais, este é um importante fator moderador sobre o tratamento recíproco dispensado aos operadores chineses que trabalham naquele país;

4)    A corrida recente em direção ao Dólar, em fuga do combalido Euro, produz uma espécie de efeito riqueza para os chineses. Sabidos carregadores das maiores reservas internacionais do planeta em Dólar, passam a ter um benefício macroeconômico inesperado, qual seja o de poder parar de valorizar sua moeda por força das preocupações que tinham até aqui com a inflação.




Finalmente, cabe destacar que, a permanência dessa estratégia nos últimos 20 anos, conseguiu transformar o produto Chinês no segundo PIB do planeta, superior ao do Japão e abaixo apenas do EUA mas cada vez mais próximo.

Com efeito, apresentar uma taxa média de crescimento econômico na década em torno de 10%, como conseguiu a China, só poderia ser viável com a conquista e manutenção do mercado norte-americano por prazo igualmente longo. 

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Macroeconomista, Consultor e Professor da Fundação Getúlio Vargas - FGV e da FK Partners. Autor do livro Saia do Vermelho - Editora Qualitymark

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