
Os 6,5% de variação do IPCA registrado no Brasil em 2011
foram recebidos com alívio pelo governo brasileiro, já que ainda durante o ano
foram registrados acumulados em 12 meses do IPCA superiores a 7,0%. A
valorização do Dólar neste começo de ano e a consequente valorização do Real
se, por um lado, é sinal alvissareiro de menores pressões inflacionárias, por
outro já foi responsável por um déficit comercial mensal no mês de janeiro
absolutamente inédito, que preocupa.
A prosseguir o atual ritmo de deterioração do ambiente externo
na Europa, mesmo uma recuperação moderada dos níveis de atividade nos EUA, o
carry trade em direção ao Brasil deve continuar.

O consenso de que as taxas de juros primárias no Brasil são
altas, e por isso devem cair mais, já está formado.O que não sabemos, e
tampouco as autoridades monetárias, é a velocidade a imprimir. Tal qual em dias
de chuva, reduzir a velocidade é natural, mas o que é mais difícil na gestão é
acertar o timing da redução.
Se for mais rápido do que o adequado, a inflação de origem
doméstica pode suplantar o componente de deflação de origem externa e interromper o
ajuste bem sucedido até aqui, em direção aos 4,5% da meta inflacionária em
2012.
Se a redução das taxas de juros for mais lenta do que o adequado, aumentam as chances de alcançar a meta de inflação ainda em 2012, mas, em contrapartida, é quase impossível levar a economia a uma taxa de crescimento econômico superior à média de crescimento registrado na década, ou seja, de 3,7%.
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