Os 10% de média de crescimento anual registrado naquele país asiático é digno de nota em qualquer critério de avaliação. Quaisquer questionamentos metodológicos sobre a apuração desses resultados sucumbem diante das evidências.
Em nenhum momento da história econômica dos países se registrou
um desempenho dessa magnitude. Para se ter uma idéia aproximada do que
significa tal feito, podemos compará-lo com os melhores momentos de crescimento
no Brasil, que chegou a crescer acima dos 10% durante o milagre brasileiro na
década de 70 e a 7,5% em 2010, mas nunca a média do crescimento se manteve sequer
perto dos 7%. Só para reforçar o afirmado, basta lembrar que nos últimos dez
anos a taxa média de crescimento do Brasil ficou em 3,7% pelos dados oficiais.
A presença crescente da China no comércio mundial é um fato
contundente. Suas vendas são altamente competitivas e apoiadas por uma política
cambial centrada na forte desvalorização de sua moeda, o Yuan.
Para operar essa estratégia, apoiada em fortes
desvalorizações de sua moeda, a China conta com importante diferencial, qual
seja, a maior taxa de poupança do planeta.
Para entender como isto funciona,
basta lembrar: com a grande poupança em suas mãos, as autoridades chinesas
podem adquirir o capital externo que ingressa no país, seja por conta de
investimento ou superávits comerciais, e então remetem as divisas para a
formação de grande estoque de Reservas Internacionais (superior a US$ 3
trilhões) em seu nome, mas no exterior.
Com isto conseguiu manter sua moeda fortemente desvalorizada
8,27 yuan/dólar em todo século XXI até jul/2005, quando começou a atual fase de
flexibilização cambial, até chegar aos atuais 6,29 yuan/dolar, 24% de
valorização em relação ao patamar do início do século.
O ritmo de valorização atual da moeda chinesa prossegue e
não dá sinais de encerrar-se.
A taxa nominal está
se valorizando próxima aos 5%aa, o que,cumulativamente com a presença de uma
inflação anual também dessa mesma magnitude, representa uma valorização da taxa
real de cambio não desprezível, pois tende a subtrair importante parte da
competitividade dos produtos chineses pelo mundo a fora.
Alguns reflexos já se podem vislumbrar dessa mudança na
política cambial chinesa:
1.
O aumento do consumo na China, que já ajudou em
2011 as exportações brasileiras de alimentos e commodities, deve continuar;
2. O crescimento e o investimento na China devem
ser menores enquanto a inflação não ceder.
Este assunto te interessou?
Sugiro a leitura/releitura do texto escrito neste Blog em 27/outubro/2011:
INFLAÇÃO EM ALTA LEVA CHINA A VALORIZAR O YUAN.
http://economiadepoisdacrise.blogspot.com/2011/10/inflacao-em-alta-leva-china-valorizar-o.html
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