O gráfico de
evolução do PIB brasileiro nos últimos 20 anos, a seguir apresentado, mais se
parece com o movimento de uma sanfona, tal a volatilidade e oscilação em torno
da média. Essa média, que chegou ao máximo de 3,7% em 2010, ano em que a
economia cresceu 7,5%, já trafega mais baixa, especialmente depois de
confirmados os 2,7% de crescimento em 2011 e dos prováveis 2,5% que devem ser
registrados em 2012.
A perda de
dinamismo recente da economia brasileira tem se acentuado a partir da
instabilidade internacional cujo epicentro é naturalmente a Europa e o Euro.
A deflação
importada não é pequena, pois já foi capaz de recolocar a inflação doméstica de
volta na trajetória da meta inflacionária de 4,5%, apesar das autoridades
monetárias estarem ao mesmo tempo conduzindo uma inédita redução das taxas de
juros no país.
Não
subestimemos a importância dos enganos de diagnóstico que tem condicionado as
medidas de política econômica. Insistir em dar estímulos à demanda sem entender
como atuar pelo lado da oferta tem sido uma linha permanente a conduzir os equívocos
do governo.
A adequação
dos juros foi uma oportunidade aproveitada que precisa ser acompanhada de
outras mais precisas.
O aumento da
inadimplência é um sinal que não pode ser ignorado. A formação das expectativas
de retornos dos investidores leva em conta sinais como esse, especialmente em
nosso país, onde a relação crédito /PIB passou de 30 a mais de 50% nos últimos
anos.
O grau de
endividamento da população aumenta rapidamente, tornando o crédito cada vez
mais seletivo. Aí está um fundamento forte para levar as autoridades a colocar
o hábito de poupar e a Educação Financeira nas prioridades de suas políticas
públicas.
A nossa
deficiência na formação de poupança doméstica é claramente estrutural e merece
uma atenção especial, haja visto que para crescer a uma taxa superior aos
atuais 3,0% em média, precisamos elevar
nossa taxa de poupança doméstica.
Nossa taxa
de poupança doméstica deve passar dos atuais 16,0% do PIB para algo perto dos
20,0% ao ano e, então, adicionando uma poupança externa estimada em 3,0% do
PIB, vai nos permitir investir 23% ao ano e crescer em média a 4,5%aa.