Depois de três reduções consecutivas das taxas primárias de
juros da economia, de exatos 1,5% na taxa Selic conduzida pelo Banco Central, uma avaliação das possibilidades dessa estratégia
já pode e deve ser feita.
Segundo os dados oficiais, o déficit nominal do setor
público, após essas reduções da taxa de juros, passou a ser de 2,36% do PIB.
Esse número assim obtido, foi calculado depois da subtração de um superávit
primário de 2,5 % do PIB em 2011.
Assim, o déficit operacional do setor público, antes da
dedução da poupança feita para pagar juros, chegou a 4,86% do PIB, ainda bem
acima dos 3,0% de déficit fiscal proposto por Alemanha e França para a criação
de uma nova ordem fiscal em torno do Euro.
Nos últimos dias tem circulado com insistência uma
estimativa do volume anual de pagamentos de juros na economia brasileira
próximo a R$ 240 bilhões, que, se realizado, representará uma remuneração a uma
taxa média de 10%aa de um saldo de R$ 2,4 trilhões, algo como 60% dos R$ 4,0
trilhões estimados para o PIB deste ano de 2011.
Com base nesses parâmetros podemos calcular o efeito equivalente de redução das taxas de juros em % do PIB da economia, representada pela redução de 1,5% da taxa Selic, como correspondentes a 0,9% do PIB.
Com base nesses parâmetros podemos calcular o efeito equivalente de redução das taxas de juros em % do PIB da economia, representada pela redução de 1,5% da taxa Selic, como correspondentes a 0,9% do PIB.
A partir daí seria possível conduzir o déficit nominal na
direção de 3% do PIB (tal como na região do euro), promovendo uma redução da taxa Selic de 3,5% adicionais,
tornando progressivamente mais robusto o esforço fiscal já feito.
Essa possibilidade ainda considerada remota, de trazer a
taxa Selic dos atuais 11% para perto dos 8%aa, seria cada vez mais viável em um
cenário que confirmasse a queda da inflação para perto da meta de 4,5% em 2012.